Aguinaldo Silva propõe a reinvenção das novelas pós-pandemia
Resumo da notícia
- Para autor, novelas terão que se afastar da realidade, serem menos realistas
- "O próprio jornalismo escreve capítulos da vida real", diz autor de "Fina Estampa"
- "Precisamos não copiar, mas reinventar a realidade, torná-la maior que a vida"
Por causa dos estragos provocados pela Covid-19, a televisão como um todo vai precisar rever conceitos e buscar um novo caminho para continuar existindo.
No caso da dramaturgia, um dos seus principais produtos, há várias discussões em torno, incluindo até se os atores poderão se beijar, após a retomada das gravações. A coluna conversou sobre isso com o experiente Aguinaldo Silva, no ar com a edição especial de "Fina Estampa" na Globo.
"Acho que as novelas terão que se afastar um pouco da realidade que, nos noticiários, tornou-se 'novelística'. Agora o próprio jornalismo escreve 'capítulos' da vida real, com desdobramentos anunciados", constata Aguinaldo, que trabalhou mais de 50 anos no Grupo Globo.
"Exemplo do jornalismo: o tal vídeo da reunião presidencial foi divulgado. Agora vamos tentar nos antecipar ao que vai acontecer a seguir. Acho que, diante disso, os autores de novelas terão que ser mais criativos que a vida real. Ou seja: as novelas terão que ser menos realistas."
O autor indica um possível caminho: "Isso significa o quê? Um volta ao passado. Às grandes novelas. Fico aqui pensando em 'Pecado Capital', de Janete Clair, que considero a mãe de todas as novelas contemporâneas. Precisamos não copiar, mas 'reinventar' a realidade. Torná-la maior que a vida. Acho que, pós-pandemia, esta será a missão dos novelistas. Ou seja: as novelas voltarão a ser uma porta aberta para a imaginação e a fantasia."
"O cotidiano, com todas as suas agruras, as pessoas já vivem. Vamos dar a elas nas novelas uma chance de viajar e sonhar."
E conclui: "Alguém diz que, quando recomeçarem as gravações, não pode mais ter beijo nas novelas, porque isso seria 'um descompasso com a vida real em tempos de pandemia'. Então é bom inventar outro nome para o gênero porque, sem beijo, não pode mais ser chamado de 'novela'''.
*Colaborou José Carlos Nery
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