Constantino demitido: veja outros jornalistas desligados após polêmicas
Rodrigo Constantino perdeu seus empregos na Jovem Pan, na Record, na Rádio Guaíba e na Gazeta do Povo após um comentário polêmico sobre o caso Mariana Ferrer. O jornalista disse que castigaria sua filha se ela fosse estuprada bêbada e não denunciaria o agressor.
Em uma sequência de publicações, Constantino disse que os veículos cederam a pressões do público que levaram os anunciantes a cobras ações das empresas.
Veja abaixo outros casos de jornalistas demitidos de seus empregos após fala polêmicas:
William Waack
Talvez o mais celebre caso de jornalista demitido após polêmica envolve o William Waack, que apresentava o Jornal da Globo.
Um vídeo com William Waack conversando nos bastidores, pouco antes de uma entrada ao vivo de Washington (EUA), na cobertura da vitória de Donald Trump na eleição presidencial de 2016, mostra o jornalista xingando um motorista que passa buzinando.
"Está buzinando por quê, seu merd* do cacete?" Depois, Waack diz claramente: "Deve ser um, com certeza, não vou nem falar de quem, eu sei quem é, sabe o que é?" O entrevistado, o jornalista e diretor do Wilson Center, Paulo Sotero, faz cara de dúvida.
A seguir, o âncora cochicha, mas não é possível identificar com clareza suas palavras. Internautas, que levaram o assunto aos "trending topics" do Twitter, afirmam que ele diz: "Preto, né? É coisa de preto com certeza".
Após a divulgação do vídeo, Waack teve o contrato rescindido pela Rede Globo. Atualmente, o jornalista integra o quadro de funcionários da CNN Brasil.
Luis Ernesto Lacombe
O jornalista Luís Ernesto Lacombe e o diretor Vildomar Batista foram desligados da Band após a direção de jornalismo da emissora reclamar de um possível viés bolsonarista nas pautas do programa Aqui na Band.
A crise começou quando pautas consideradas sem fundamento foram ao ar sem passar pelo departamento de jornalismo da emissora. Houve, por exemplo, uma discussão especulando "quem mandou matar Bolsonaro?" com debatedores de um único lado político e esquecendo o fato de que Adélio Bispo teria agido sozinho, segundo a polícia, durante a última campanha presidencial.
Leandro Narloch
Os comentários de Leandro Narloch associando a população homossexual à promiscuidade resultaram em sua demissão. O comentário de Narloch gerou indignação por usar termos como "opção sexual", restringir a contaminação por HIV à população homossexual e associá-la à promiscuidade.
A coluna do Fefito apurou que o comentário foi mal avaliado pela direção da CNN, que considerou ter havido homofobia. Narloch atualmente integra o time da Jovem Pan.
Marco Antonio Villa
Após uma discussão com Rodrigo Constantino, Marco Antonio Villa foi afastado — e depois demitido — da Jovem Pan.
"O Villa ficou nervoso e brigou com o Constantino que também brigou com o Villa e aí ferrou tudo. Gosto muito do Villa, tanto que o convidei para voltar. Estou pensando num novo programa que ele possa apresentar. Mas só em março, porque agora é Carnaval e ainda estamos decidindo sobre os novos programas que estrearemos em 2020", afirmou o presidente da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, em entrevista à coluna do Fefito.
Na troca de acusações, Constantino disse que "até um papagaio repete datas", ao criticar argumentos do colega, que retrucou dizendo que ali não "é o programa do Ratinho".
Eles comentavam os planos de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, de deportar brasileiros que entrarem de forma ilegal no país. Villa fez um longo comentário citando datas e fatos sobre nazismo e Segunda Guerra Mundial.
Em certo momento, Villa disse que iria terminar seu comentário por conta dos limites de tempo, e Constantino provocou: "Até por que se perdeu bastante no raciocínio, não tinha muito a ver com o que a gente estava debatendo em pauta".
A partir daí, começou a discussão. "Memorizar datas não é fazer análise, até um papagaio repete datas", disse Constantino. Villa perdeu a paciência: "Isso aqui não é o Programa do Ratinho. Eu me recuso a continuar. Me desculpem, eu esperava que a empresa tomasse uma atitude. Esse sujeito... Eu não vou continuar a dialogar com esse elemento, por que não é possível ter diálogo".
Gerson de Souza
O jornalista Gerson de Souza foi demitido da Record mais de um ano depois de ter recebido uma acusação de assédio sexual de quatro mulheres diferentes,
O ex-repórter do Domingo Espetacular se tornou réu em um processo na Justiça de São Paulo e essa medida foi crucial para a demissão. Gerson já estava afastado da emissora e, segundo o Notícias da TV, pelo menos 12 mulheres procuraram os Recursos Humanos da Record para denunciar o comportamento do jornalista.
Grupo da Record Brasília
Quatro jornalistas da Record em Brasília foram demitidas da emissora, após o blog "Mundo Negro" divulgar conversas com cunho considerado racista de um grupo de WhatsApp no qual as profissionais faziam parte.
As jornalistas faziam parte de um grupo no WhatsApp chamado "Resistência" e trocavam mensagem fazendo comentários maldosos sobre a aparência de colegas negros da redação. Num dos textos, uma das repórteres chega a comparar os lábios da vítima com ânus e outra chama uma colega negra de "Patolino", o pato preto da animação "Looney Tunes".
Uma delas, segundo colegas, não fazia comentários na troca de mensagens mas acabou sendo demitida por integrar o grupo. Parte do grupo hoje integra o quadro de funcionários da Record.
Marcão do Povo
Marcão do Povo (também conhecido como Marcão Chumbo Grosso) foi apresentador do programa "Balanço Geral DF" da RecordTV. O jornalista foi demitido em 2017 da emissora após se envolver em uma polêmica em que chamou a cantora Ludmilla de "macaca" no quadro "Hora da Venenosa", ao comentar uma notícia de que a cantora teria evitado fotos com fãs.
Em nota, a emissora chegou "lamentar os transtornos causados à cantora Ludmilla, sua família e seus fãs" e que "a emissora repudia qualquer ato dessa natureza e afirma que este tipo de conduta não está na linha editorial de nosso Jornalismo", anunciando a rescisão do contrato.
Ex-deputado estadual por Tocantins, Marcão foi condenado pela Justiça Eleitoral em 2010 e teve os direitos políticos cassados por três anos por abuso de poder econômico (mandou imprimir 55 mil jornais em Gurupi, cidade que até então tinha 52 mil habitantes).
Marcão também já foi investigado pelo Ministério Público Estadual depois de ser citado em uma investigação comandada pela 1ª Delegacia de Gurupi (TO), suspeito de ligações com a máfia dos caça-níqueis na região.
Fábio Araújo
Em 2017, o apresentador Fábio Araújo, do SBT na Paraíba, faz piada com Pabllo Vittar foi suspenso da emissora. Na ocasião, o jornalista do "Tambaú Notícias - 1ª Edição", ao apoiar o cantor brega Falcão, que chamou a drag de "criatura que canta mais ruim" do que ele, tocou a música "Holiday Foi Muito" e apontou aos risos para Pabllo quando Falcão cantou "Homem é homem, menino é menino, macaco é macaco e viado é viado".
No dia seguinte ao programa, o apresentador Guto Brandão leu o comunicado em que a TV Tambaú condena a atitude de Fábio Araújo. "O apresentador teve um posicionamento que não condiz com os valores defendidos pela RTC. Em respeito ao ser humano, independentemente de crença, classe, etnia, gênero e/ou orientação sexual. Informamos ainda que foram tomadas medidas administrativas para que tal fato não volte a ocorrer. Dessa forma, pedimos desculpas aos nossos internautas e telespectadores e todos aqueles que se sentiram desrespeitados por tal atitude as nossas sinceras desculpas."
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