UOL VÊ TV #37: Papel da mulher no jornalismo de TV deve ser debatido após acusações de assédio
A notícia recente de que a jornalista Ellen Ferreira foi demitida da Rede Amazônica, afiliada da TV Globo em Roraima, após cerca de 20 dias afastada por ter contraído a covid-19, reacendeu o debate acerca do papel da mulher na TV atualmente. A profissional acredita que tenha sido desligada da emissora por ter denunciado o ex-chefe de jornalismo do canal, Edson Castro, por assédio moral e sexual.
No podcast UOL VÊ TV #37, Chico Barney, Débora Miranda, Mauricio Stycer e a jornalista Carla Vilhena, que faz uma participação especial no programa, discutem questões relacionadas a mulheres jornalistas na televisão, um ambiente em que ainda há muita pressão para que as profissionais se encaixem em determinados padrões (disponível no vídeo a partir de 02:08).
"Além das questões gravíssimas de assédio, há a represália que sofrem quando denunciam —grande parte delas é demitida", ressalta Débora. A editora de TV e Famosos do UOL relaciona estes casos com o filme "O Escândalo", que retrata a questão do assédio na Fox News, e a série "The Morning Show", da Apple.
"Quem trabalhou em TV e sabe como é o ambiente, sabe como esse filme é pesado. Eu saí chorando", revela Carla. "É só ligar a TV para ver a diferença de tratamento entre homens e mulheres. Quantos homens têm mais de 70 anos e estão trabalhando?", questiona a jornalista, que foi apresentadora dos jornais Hoje, SPTV, Bom Dia SP, repórter especial do Fantástico, e deixou a Globo em dezembro de 2018.
"É preciso quebrar esse paradigma de que a mulher envelhece e não pode mais apresentar", continua Carla, citando o exemplo de Fernanda Montenegro. "Ela é uma atriz que a gente se acostumou a ver se superar. Ela não fez isso do dia para a noite, ela construiu isso ao longo de muitos anos. Cada vez que ela aparece na tela você já sabe que vai se maravilhar. Isso é construção de carreira. O que as mulheres no jornalismo não têm é a oportunidade da construção de uma carreira ao longo dos anos."
'Barriga oculta'
Carla Vilhena fala também sobre gravidez na televisão. "Hoje em dia parece chocante, mas mulher grávida não podia aparecer no ar", diz a jornalista (a partir de 15:27).
"A sua barriga tinha que ser oculta da população. Eu vivi isso. Quando tive gêmeos fiquei praticamente até a hora de ir para o hospital. Imagina uma barriga de 36 semanas quando parei de trabalhar, era algo estapafúrdio, e praticamente ninguém viu", conta.
Ainda nesta edição do programa, os participantes respondem a perguntas de internautas sobre o reality "A Fazenda" e a novela "Amor de Mãe", e elegem os Melhores e os Piores da Semana.
Você pode ouvir o programa UOL Vê TV no Spotify, no Apple Podcasts ou em outros aplicativos de podcasts. No Youtube, a gravação do programa também é transmitida em vídeo.
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